Metafórica Mente - Rubrica de reflexões dispersas e inúteis. # Janeiro e o mito do recomeçosteemCreated with Sketch.

in #portugal7 years ago (edited)

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Desde sempre que o Homem se encanta, deslumbra e reflete sobre sucessão do dia/noite e pela repetição dos ciclos ditados pelas fases da Lua, sendo que desta observação derivou uma noção inicial das unidades de medida do tempo que testemunhava: o DIA e o MÊS.
Com a permanência mais alongada destes fenómenos e a sua constatação, nasceu a noção de ANO, a qual, ao que parece, surge associada à agricultura, pois os povos primitivos observaram a existência e o padrão de repetição, de determinados ciclos ou estações diretamente associados ao comportamento das plantas, determinantes da sua sobrevivência e desenvolvimento, que assim deveria ser respeitado.
Resulta assim, desde tempos imemoriais, a percepção de diversos ciclos com amplitudes várias e desta forma os dias, meses (ou lunações) e os anos constituem períodos astronómicos naturais que desde sempre se utilizam nos mais variados calendários que já se existiram até hoje - e dos quais falarei em outra ocasião.
Ora, da observação, enquanto fenómeno do pensamento, irradiam sempre conceitos mentais e espirituais que se lhe associam.
E sobre a existência destes ciclos e sua repetição, cedo ou tarde se instalaram toda a sorte de perplexidades interiores e a necessidade de nos posicionarmos com segurança neste circuito de mudança. É da natureza humana e assim sucede porque o mundo sempre foi um lugar inseguro e há que encontrar refúgio e domínio sobre o desconhecido.
Acredito que é desta dinâmica que nascem os rituais e assim se justifica o seu papel de dar significado aos acontecimentos da vida, propagando para o inconsciente coletivo regras comuns e ditames orientadores.
Um dos rituais mais enraizados é o da comemoração da transição dos anos de calendário, em que conscientemente abrimos os braços (portas) para acolher o novo ano e viramos costas (encerramos portas) ao ano que termina.
Este ritual tem inerente o mito do recomeço, da mudança, da oportunidade, do vigor e da fé na capacidade de fazermos melhor e fazermos diferente. Uma certa Fenix surge em todos nós na alvorada de 1 de janeiro, ano após ano.
Não é à toa que o primeiro mês deste reinício recebeu o nome Janeiro (derivado do latim Jannarium) já que este nome encerra um arquétipo: foi acrescentado (tal como fevereiro) ao calendário romano por Pompílio (715-672 a.C.) e consagrado ao deus romano Janus ou Jano da mitologia romana.

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Photo source > https://www.mitologiaonline.com/mitos-lendas-historias/jano-deus-da-paz/

Janus era a divindade que presidia ao tempo, e é tradicionalmente representado por uma cara com dupla face; símbolo da capacidade de olhar tanto para o futuro como para o passado, do seu poder sobre o céu e a terra, a paz e a guerra, do início e o fim de tudo e, em geral, simboliza a dualidade de todas as coisas.
Pelo simbolismo da porta como o princípio da casa, Jano representava o porteiro celestial e tudo o que se inicia, desde a primeira hora do dia, ao primeiro dia do mês, do ano, e por aí fora…e dizia-se que havia sido dotado por Saturno com o poder do conhecimento sobre tudo o que quisesse, nas duas direções.
Existem também representações em que a cabeça tem quatro caras (representativas das quatro estações do ano) e em algumas estátuas exibe uma chave na mão direita e um bastão na esquerda, ou o número trezentos na mão direita o número sessenta e cinco na esquerda, para exprimir a duração do ano.

  • Hino a Janus
    Quem é Aquele que se move primeiro e todas as coisas o acompanham?
    Quem é Aquele que permanece no limiar e permite a entrada e saída dos viajantes?
    Quem é Aquele que detêm o poder superior e com seu báculo de autoridade desfere sentenças?
    Esse é Janus, o Princípio de Tudo, a abstração da matéria, o fertilizador da existência!

  • ( continua )

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Muito bom texto, Isabel! 😊
Acho que estamos todos a precisar de um Janus para nos dizer quando é que o BTC para de cair.

Hehe... Só ele sabe tudo sobre o passado e o futuro... :D
Obrigada pela leitura e comentário.