RE: Uma história da Canção de Coimbra no decorrer do séc. XX (pt. 1)
Olá, tudo bem contigo @martusamak? Parabéns por seu post e obrigado por usar nossa nova tag #fazendohistoria. E é claro, de participar do Desafio! Ah, que lindo! Meu padrasto (que é português) me apresentou o Fado, que maravilha poder saber mais sobre isso. Obrigado por me dar essa oportunidade e com toda a comunidade. Eu tenho mais perguntar do que comentários. Sinta-se a vontade para responder apenas o que quiser, está bem? O Fado só foi reconhecido como “Património Imaterial da Humanidade” em 2011 em Lisboa? Já era reconhecido nacionalmente, ou essa foi a primeira vez que foi reconhecido? Cada cidade tem seu próprio Fado com características específicas? Outra curiosidade é em relação a essa "carga identitária muito forte" que você afirma. Conheço pouco sobre o Fado e creio que aqui no Brasil, no geral, ou as pessoas nunca ouviram falar, ou conhecem pouco. Se em algum momento no futuro, você puder explicar um pouco (no sentido geral ou nacional) o que é o Fado para a população portuguesa, seria muito interessante para a comunidade brasileira conhecer mais sobre essa riquíssima cultura.
Agora me ajudar aqui, porque tanta gente está chorando. Desculpa, mas eu não consigo entender direito a letra das músicas que eles estão cantando. Que bom que no segundo vídeo tem legenda! ˆ!ˆ
Bem, @leodelara a resposta a cada uma das suas perguntas é uma tese de doutoramento! :D O Fado é uma questão muito complexa. Vamos por partes, tentarei ser objectivo:
Ou seja, acho que respondi à sua questão. Sim, ele já foi reconhecido várias vezes, em contextos e com conotações muito diferentes (muitas vezes antagónicas).
O Fado, meu caro Leo, muito mais do que ser um veiculo de emoções, paixões, desgostos e culutra, é um instrumento nas mãos dos que tem poder para lhe decidir o futuro. A música, a cultura, apenas acontecem, não param para pensar se é Património. Património é sinónimo de monetarização e usurpação.
PS: Na balada do V ano jurídico, os alunos estão a chorar porque é o final do curso para muito. Representa o final de uma fase. Do papel de estudante, que agora se lança à vida, ao mercado de trabalho. É como que um ritual de passagem. Depois da intensa convivencia que se opera em Coimbra, que inspirou Luís de Camões. E eu diria que 95% dos estudantes de Coimbra não ficam em Coimbra, deixando para trás amigos, companheiros, relações, etc...
Muuuuuito obrigado pela resposta mais do que completa. Acho impressionante (e me fascina muito) como a história cultural está constantemente atrelada a história socioeconômica e política. Digo isso porque aqui no Brasil ainda existem historiadores que permanecem querendo separa-las. O que considero precário para a produção histórica em si. Abraço e ficarei de olho em seus próximos posts!